quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma pessoa que conhecemos e que nos venha falar acerca de uma outra que não conhecemos: devemos acreditar acriticamente no que a primeira nos diz sobre a terceira? Usamos este exemplo a propósito de "O pensamento português contemporâneo. 1890-2010" de Miguel Real. O livro, tal como a sua primeira parte, a "Introdução à cultura portuguesa", só vale por, numa tendência pouco levada a sério na intelectualidade portuguesa, reunir nomes que de outro modo nunca apareceriam juntos; mas tudo o que intermedeie o cabeçalho que introduz um autor até ao do outro autor - é a opinião do autor do livro. A opinião do leitor deve ser feita, como defende Eudoro de Sousa (que Miguel Real conhece mas a quem não quer dar importância...), a partir da leitura directa dos originais. O autor de um livro explica-se a si mesmo no seu livro, e cada leitor explica-se na leitura que faz do livro. Porque um livro que não seja literário não deixa de ser arte.

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Inesperado, o fenómeno natural apareceu e arrasou o pouco que havia; tempos se passaram até que alguns curiosos voltassem àquela terra maldita e começassem a procurar pelo que ficara jazente sob a massa petrificada e adormecida de destruição. E os antigos edifícios, um pouco mais desfeitos do que estavam, voltaram à luz.