sexta-feira, 26 de outubro de 2012

On being in love




What noble deeds were we not ripe for in the days when we loved? What noble lives could we not have lived for her sake? Our love was a religion we could have died for. It was no mere human creature like ourselves that we adored. It was a queen that we paid homage to, a goddess that we worshiped.
And how madly we did worship! And how sweet it was to worship! Ah, lad, cherish love‘s young dream while it lasts! You will know too soon how truly little Tom Moore sang when he said that there was nothing half so sweet in life. Even when it brings misery it is a wild, romantic misery, all unlike the dull, worldly pain of after‐sorrows. When you have lost her—when the light is gone out from your life and the world stretches before you a long, dark horror, even then a half‐enchantment mingles with your despair.
And who would not risk its terrors to gain its raptures? Ah, what raptures they were! The mere recollection thrills you. How delicious it was to tell her that you loved her, that you lived for her, that you would die for her! How you did rave, to be sure, what floods of extravagant nonsense you poured forth, and oh, how cruel it was of her to pretend not to believe you! In what awe you stood of her! How miserable you were when you had offended her! And yet, how pleasant to be bullied by her and to sue for pardon without having the slightest notion of what your fault was! How dark the world was when she snubbed you, as she often did, the little rogue, just to see you look wretched; how sunny when she smiled! How jealous you were of every one about her!


Jerome K. Jerome, The Idle Thoughts of an Idle Fellow

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

 
 
No passeio estrelado da calçada, olhámo-nos uma última vez, e depois entrei no meu prédio. Passei tranquilo a porta, o elevador estava ocupado; mas ao subir as escadas, tropecei nos atacadores que esquecera de apertar na devida altura. Tombei, caí, magoei-me. Entretanto o elevador já estava desocupado, mas eu estava entre andares, não pude entrar; e quando depois pude estava outra vez ocupado. Sempre as escadas, agora sem problemas nos atacadores mas ainda a dor da queda - e das outras quedas, pelas pessoas que, ao virem na minha direcção, não tinham a decência de se afastarem; ou talvez quem tivesse que se afastar fosse eu... A minha casa estava perto, mas o elevador sempre ocupado não me deixava acelerar o meu percurso: e por isso, a uma dada altura, parei cansado. Não apenas a dor do corpo, mas também já alguma fadiga emocional a tentar-me com o ficar ali mesmo, num canto de escadas, a cabeça no vão, e quedar-me. Alguém nesse momento saiu do elevador no andar abaixo de onde eu estava, subiu as escadas até mim pegou-me por baixo dos ombros e quase me obrigou a andar. Voltei ao meu caminho. Pus a cabeça no vazio que a espiral das escadas fazia existir, vi que o meu andar estava a curta distância; e, impondo ao corpo um último fôlego, decidi-me a chegar lá sem paragens. Cheguei. Cansado, as mãos sem o discernimento para escolherem a chave, mas depois a conseguirem, rodei a fechadura e, sem me preocupar com a porta aberta, ou em olhar para mais nada, fui de imediato à janela do quarto, que dava para a do teu. Puxei as cortinas, corri impetuoso as portadas - mas não te vi. Colado ao vidro, rodava o olhar em todas as direcções do teu prédio, e tu não estavas lá. Nenhuma janela aberta para mim. Fiquei à espera que aparecesses, talvez algo te tivesse atrasado como aconteceu comigo, mas o atraso foi ficando cada vez maior. A decepção fez-me desistir de ficar à espera de te ver. Afastei-me da janela, as mãos pendentes como dois enforcados, e então te vi: deitada sobre a cama, desde há tanto tempo esperando que me voltasse.