terça-feira, 10 de junho de 2008

Subo as pequenas escadas e entro na grande sala onde estamos todos. As saudações devidas, sinceras. Rapidamente trocamos aquelas mensagens que cada um quer dizer ao outro, sobre pequenas experiências, ocasionais situações de actuação. Trago comigo aquele rosto, aqueles olhos que me permitem estar aqui tão bem. Aprontamo-nos para nos unirmos - sem nos tocarmos. Não é estando todos em círculo, nem abraçando os ombros uns dos outros: é deixando que a enérgica nebulosa se expanda de nós, através de nós, e entre nós, até que passemos a ser um só. Unidos pela força que nos agrupou. O nós, agora coeso, eleva-se através de outro conjunto de escadas, estas maiores, só transponíveis assim, em grupo. Chegamos ao lugar onde, não muito longe de nós, outros grupos, unificados pelas suas energias, nos avistam. Alegramo-nos todos, reconhecemo-nos todos. Sem saber as suas identidades, sabemos quem são. A nossa afinidade permite-nos uma ligação instantânea forte como uma amizade de sempre. Os vários grupos aproximam-se, reagem positivamente à presença, próxima de cada um, de todos os outros; e então todos nos unimos num grupo ainda maior. As vibrações energéticas que passam através de cada um dos muitos elementos (sei-o porque o sou) torna-se mais intensa, mas também mais fortalecedora. Em pouco tempo estamos já em presença de outros tantos agrupamentos, sempre em constantes unificações - até que, quando a tua imagem em meu coração se torna brilhante de arco-íris mais coloridos que os da água, aí somos todos um planeta Terra em comunhão, somos uma só Humanidade ligada pela força da sua fé, lançando para o Cosmos a sua corrente de energia pura; são os teus olhos enormes de beleza que me dão o ânimo, a consistência para estar unido a todos, onde tu também estás. Eis-nos finalmente a retribuir toda a paciência, todas as oportunidades, todo o Amor depositados em nós. Eis-nos finalmente libertos dos chumbos que, presos aos nossos pés de espírito, nos carregavam para baixo sem complacência - esses pesos que eram, no fundo, de nós. Postos em nós por nós. Agora, leves como o pensamento mais puro, sublimados pela cooperação global de energias, percebemos num relance toda a inutilidade das coisas mesquinhas e frívolas que fizemos, e rapidamente nos envolvemos na conectividade que o Infinito de luz estabelece connosco neste momento. A energia que emanamos atravessa todo o horizonte que podemos avistar, e chegará a pequenos lugares onde outros irmãos sofrem o seu estado actual. Derramam sangue, odeiam-se, são egoístas - têm os pés ainda muito pesados, muito enterrados na matéria que são. Com tempo, hão-de um dia ligar-se a nós, e reforçar a ajuda para quantos, então, precisarem. A lembrança do teu olhar serve-me, agora e sempre, como um marco histórico: aquele ponto de viragem em que o meu amor deixou de ser pessoal para ser universal.

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